segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Húmus


Delicados contornos de seres humanos, admiráveis e estupefatos
Preenchidos por sentidos vários e esvaziados por infindas estrofes
Atrozes e enfastiados
Ludibriosos
(In)acreditáveis humanos
Tão humanos (des, ex, a, anti)
Perfeitas formações rochosas revestidas por peles passageiras
desconcertadamente
Transbordam ideias vagas e adonadas
Temporariamente tomadas
Exalam melodias incantáveis
Inimagináveis nos signos perfeitos
Repercutem em odores incertos
Perplexos
Maravilham os olhares alheios
Enquanto carregam sabores sabidos e tomados como seus.
Faces diversas de outras versões faciais de si e de outrem.
Encantadores
No “des”, no “in”, no “inter”, no “a”, no “contra”, no “pós” e no “pré”
No “intra”, no “bio”, no “auto”, no “meso” e no “micro”
Formações singulares e plurais






terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Debulhar-se


Rebento
Rebentas
Uma gotícula escorre por entre os veios e invoca o peito em chamas
Chamas que atravessam e que estornam os preceitos básicos
Preceitos lógicos e cansados que delineavam os corpos perfeitos
Gracejos e despejos
O corpo desdobra-se 
Revolve-se em ruídos plurais
As sombras figuram lógicas racionalmente indecifráveis
Enquanto os signos brincam de dar forma e de nomear as coisas
Como se delas fosse dono.

"- Dono não, doutor sim!"

E as sombras rodopiantes confundem os planos e expressam conteúdos inomináveis.
Culpa das chamas que envolvem e deliram todo o resto
Rebento
Rebentas
Sem tempo
.
.
.
Ainda em tempo


*Iluminura de Martha de Barros

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tilintamos


E o tilintar das ideias batendo, pulsando na extensão máxima de uma intenção tímida, presente, intensa.
Uma explosão de impulsos elétricos e estonteantes subvertendo e inferindo uma respiração, um sopro de palavras adocicadas, belas e bem-humoradas.
Perfumes, odores e Sab(e)ores.
Um inexplicável sentir que transborda as formas verbalizantes e que fica pululando inquieto no peito, nos olhos, na boca, nas pernas, no esôfago.
Sensação que só se explica pelo toque, pelo ar rarefeito que desloca e que arremessa longe o pensar e o sentir.
Enquanto isso,
esquece-se que
Arriscado é escrever sobre o inteligível porque não está ao alcance, assim como todo o resto da contemplação da inteireza sensível do dizer e do sentir e do viver e do explorar.
Esquece-se.
...
Habita-se ainda sim.
-

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


Hoje pensara em escrever sobre os vestígios do café.
Sobre o gosto
Sobre o sabor
Sobre o aroma
Das pessoas, dos lugares e das ideias
Entretanto, mudara de estilo
Mudara de espaço
Perdera o espetáculo e não se conformara com o ponto, com o
Sino que se badalava em seu interno ouvido revestido de algodão mudo.
Pedira silêncio, restaram murmúrios gritantes lá no mais íntimo dos íntimos.
Entendera que precisava ficar, mas que queria partir, apenas não podia optar, não queria querer o que devia ser querido.
Bradou em silêncio, não poderiam ouvir:
O dever havia calado os sentidos
        Im
    plo
di            dos.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dia de Lamiaceae

Acordada, outra vez. Sempre tão graciosa e inesperada.
In-se-pa-rá-vel!
Lamiaceae, um orvalho em dias de inércia. Um cisco nos olhos de quem pensa ver e de quem finge não estar.
Morre de vez em poucos, simples assim. Assume o lugar das incertezas, dá voz aos sussurros intrometidos e como numa doce tempestade, invade as fortalezas dos corajosos, e ao som de melodias que cravam no peito descomplicadamente inebria todo o ser, que cantarola algo sobre as florestas, algo sobre os abismos, um pouco sobre a solidão de ser e outro pouco sobre a dor de crer.


In-con-ce-bí-vel

Não sei porque ainda perdes tempo a decifrar Lamiaceae. Não há respostas, só há perguntas.
Vagas perguntas
Ideias
Ela volta quando quer.
Lamiaceae se diverte, invertendo as estruturas, derrubando os pedestais.
E reconstrói novos caminhos, labirintos.
Ela é toda graça, toda risos.

Enquanto isso, derramo a mim e aos outros:
Desconexas concepções.

A tempestade doce já causa náuseas e a graça já penetrou a carne, já invadiu as artérias e esmurrou os vasos que não aturam, não aceitam, as conexões já não se fazem e os aquedutos saturados depressa vertem, entornam protuberâncias aquosas, sólidas.

Lamiaceae colore sua paisagem.
Com direito a ambiguidades.






quarta-feira, 26 de outubro de 2011

u-topos


Utopia s.f.
Designação
Não resignação


Nada mais que um não-lugar, que um não se aquietar.
Nada além de um não se sentir satisfeito, acabado, completo, universalizado.
Nada que se adapte e que se contente com o dizível.

Sim, incomoda a Utopia. 
Forjam então sentidos vários, sentidos outros, sentidos ideais, fantásticos, apropriados ao que se prestam.
O imaginário aparece como o não possível, como comédia e tragédia, como hilariante e inebriante aos que se divertem com um ponto de vista tomado como horizonte infinito.

Enquanto isso, incomoda, porque desassossega, porque evidencia o que deveria ficar entre nós.

"Suspenso"
"Besteira"
"Tanto faz"

E o que mais somos, se não utopias personificadas brincando de realidades?
.
..
...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Inexplicável?

Ainda que a alma transborde pelos olhos e o peito salte imprudente, ainda que o vidro embace e que os orvalhos brotem descomprometidos e incompreendidos, ainda sim, os tambores rufarão para o clarear das ideias que retornam com um outro dia.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Silenciamento (s)

Atos enganosos, ilusões mal contadas e desencontradas,
pedaços partidos de almas a bailar
por
jardins melancolicamente.
Seres flutuantes
atrapalhados a chorar pelo néctar derramado.

Nós, eles, nós outra vez.
Enganos, desencontros, ruídos vernaculares e a
arte de não entender, ou tolerar, ou de compreender.

O néctar transborda.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Lamiaceae



Lamiaceae caminhava contente, entre passos lentos e esvoaçantes lembranças. Lamiaceae sustentava as fronteiras, corajosa que só, enfrentava os opostos e os habitantes tranquilos de uma terra aparentemente sem cores. Respirava o mundo inteiro em palavras incessantes, mutáveis e retornáveis. Buscava sentidos e os dissolvia em ideias bailantes, estremecia diante dos olhares vidrados e desordenava certezas e incertezas, só pela graça de ver os incólumes pensadores debatendo-se à beira de abismos incertos. Ironizava escondida, na solitude de ideias distantes, inabitáveis e desencontradas. Intencionalmente, desencontradas.
Lamiaceae divertia-se ironicamente, lançando cores em espaços improváveis, em pilares desgastados e adaptados ao monocromático sintoma de uma estrutura estável. Ria-se, gargalhava da aflição de outrem, perdido em meio a tantas possíveis formas de colorir o mundo, de formar histórias e de desejar memórias. Encontrava modos de causar percepções embaçadas, de provocar verdades e de desafiar o certo, o errado, o início e o fim. Paradoxava-se toda, divertidamente, em grau elevado de inconsequência.
...
In-con-se-quen-te!
...
 Ah, se Lamiaceae soubesse o que causara com tantas palavras soltas lançadas sem destino. Ah, se ela soubesse como era capaz de invadir os acordes alheios sem reparação. Ah, se soubesse que causara certezas e incertezas, todas ao mesmo tempo, em corações e mentes despreparados para tal desafio de olhares. 

Ah!! 

E, aflitos, agora, nesse momento, incertos, sem respostas e com percepções atravessadas - com ideias contrariadas e sufocadas pela vontade de não ser, por ser - tais seres se perdem e se encontram e se esperam e não se compreendem e se olham sem ver e se falam sem ouvir e se julgam sem saber e se posicionam: definitivos, embativos e determinados.
Inauguram, então, o espaço das certezas certas, dos conceitos prontos, das respostas acabadas. Iludem-se, enquanto Lamiaceae sorri, satisfeita com a peça pregada.


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

CompreensivamentE

...
..
.

Uma dor que queima e
me arranha as entranhas
Um flutuante vazio que invade
um espectro de ser e de pensar
o ser
Arde o peito, dói o ar estanque
que adentra o corpo, inexplicavelmente.
 
.
..
...

Essas precisam sair, ainda que o "entendimento" se dê de formas enviesadas.
Agradecemos à compreensão ou não.




sábado, 17 de setembro de 2011

Em movimentação



















Dissolvida,
escorrendo pelos cantos
quatro cantos indiscretos
dispostos em fronteiras diluídas
em pilares destituídos
entre perguntas relutantes
e olhares desassossegados
em suspiros bem profundos
e ruídos, rumores e dolores
Afundo, bem fundo em lugares
sem contorno e sem retorno
.
.
.
*Diluída: 3 gotas de si em mililitros do que quer que seja, do que quer que tenha sido, e volte ao normal.










sexta-feira, 16 de setembro de 2011

li-vre

Se as palavras fugissem soltas de minha cabeça e as ideias transitassem despreocupadas, talvez meu corpo esquecesse um tanto, esquecesse um pouco dos contratos entendiantes que desgastam o tempo, o espaço e o que mais houver de vir nesse intervalo entre uma respiração, um suspiro, um sussurro.

sábado, 10 de setembro de 2011

Solo

Ainda que os pedaços não se encontrem e as partículas não se sintam.
Ainda que os muros se levantem e o afastamento se distraia.

Ainda sim, os raios entram e a beleza se desperta e a vontade se recorda
de tornar tudo tão próximo.

Ainda sim, o som de fora vem habitar aqui dentro e os clichês berrantes tomam forma,
enquanto
a graça é toda nossa.



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

nos

De onde venho não há respostas.
Só nuvens incertas e cores distraídas.
Não entendo as palavras, não entendo as conversas.

Um dia ainda me livro delas, um dia ainda esqueço essa conversa toda.

domingo, 21 de agosto de 2011

Por uma linguística crítica?

Não faria mal estar abert@
Não faria mal estar atent@
Cairia bem uma espera que não se resumisse a
insuficiências cardíacas, a palpitações dolorosas e impulsionadoras?
Angústia
Impulso
Insistência paradoxal e autoflageladora
Escolhas
Buscas exaustivas
Dúvidas.
Totalidades discursivas inconscientes.
Vácuos, olhares viciados, remanescentes incansáveis.
Alteridades discursivas planejadas.
Não faria mal estar despert@
Não faria mal estar
Cairia bem outros olhares, outras verdades, outros discursos.

Mas são tantas certezas... e a gente se pergunta: "pra quê? por quê? pra quem?"
























terça-feira, 9 de agosto de 2011

[ ]

Dói-me.
Dó.
Tanto elas podem dizer, de tantas formas,
mas por hoje nenhuma me basta,
nenhuma faz juz ao que é dito sobre suas infindas possibilidades.
Deixo estar, deixo ao silêncio que diz quando elas hesitam
vaidosas, teimosas
distraídas.

[ ]

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Afanos contentes


Por vezes, não sinto, não sei onde estou, em que mês me encontro?
Meu espaço, antes limitado, vai vibrando como a última nota de um acorde sem fim que se evanesce no espaço.
Não vejo os cercos, não vejo o tempo que debulha os grãos, um após o outro, ora tímido, ora voraz, ora satisfeito, ora desajeitado.
Ao fundo, uma melodia sincera, umas palavras despudoradas e um solfejar que denuncia os pensamentos longos, distantes, reticentes.
Na tentativa do acalento, furto ideias, furto palavras, furto sentidos e jogo-os contra o espelho que me impede de ver o que me importa, mas que me fornece devaneios necessários, contidos, constitutivos. Volto às palavras –não minhas, é verdade - e elas me consolam, me embebedam do mais forte delírio de ser:
“Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas.”*

Respiro aliviada. Meu ser já tem remédio.

* Trecho afanado de Manoel de Barros, encantante.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

glossáriospranãoseiquê

Escassos
espaços

rumores
raivosos

malditos

infames

humanos

***

Irrelevâncias
inconstâncias

Buracos
bueiros

sarjetas

macegas

ausências

***

Instâncias
instantes

Pudores
pedâncias

imóveis

despejos

inversos

***
Caminhos
certezas

delírios
dolências

Olhares

medíocres

solúveis

mutáveis

























































quarta-feira, 27 de julho de 2011

dos olhos.


Olhos, levemente uma penumbra. A parte móvel desce involuntariamente, criando movimentos (des)compassados, a - rítmicos. O harmônico subir e declinar de plumas, leves e subliminares, criação de espectros ansiosos pela ventania provocada pela sutil oscilação dos cílios, pendurados em suas pálpebras intermitentes, exigentes, controladas, o movimento vagaroso causa arrepios, de dentro pra fora, lentamente, até que já não seja possível distrair-se de todos os abalos (in) voluntários ressoantes: a face enrubesce, o peito arde, o ar se esvai, a respiração, escassa, as pulsações incoerentes, ora aceleram o pensamento, ora suspendem o coração que musica inquieto.
As cavidades oculares inundam-se, aos poucos, até que marejantes, como orvalhos despontem discretamente, por entre suspiros que inflamam e comovem os cílios posteriores submersos. Gotículas brotantes, emergindo das profundas e recônditas aspirações. Da bela e formosa visão, correntes aquosas que tomam as faces e que alagam a superfície em sua densa verticalidade, coberta por tintas, por pinturas ornamentais e ilustrativas que se dissipam gentilmente em um espetáculo ímpar de sobreposições de tons e nuances desajeitadas. O peso da beleza desmoronante, a contemplação que invade o abstrato da pele, das águas, do sal e dos tons maquilantes, agora inseparáveis, um novo quadro, um novo ar, outra vista.


segunda-feira, 25 de julho de 2011

o depois.

Da fome de ser sem ter sido de todo um completo esquecido.
De uma ausência que arde e desmonta os espaços, de um ar fresco que invade e devolve os sentidos.
Palavras, te buscam carentes e exaustivos, suspensos no longo caminho. Pedaços perdidos, olhares pensantes, reflexos opacos.
Discussões incessantes, ares diversos, inóspito solo sedento de ideias, de prantos e cores
Paisagens distantes, vivências vividas, relógios ausentes, palavras bem soltas, modelos, de lado.
Sentidos potencializados, referências revistas, ouvidos aguçados, observações cadentes, intensos espaços, pedaços de seres em curtos períodos, processo de ser, de (re)tornar sendo ainda o antes e bem mais o depois e, assim, sucessivamente - ad infinitum - sujeito indivíduo de forma expressiva de um n+1, dialético, composto, substantivo.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ociosamente

O sol toca e o corpo desperta:

Olhar estático, fixado em pontos quaisquer, em estórias diversas.
Um tempo que não flui, não avança e castiga por vontade e desejo impróprios.
Retorno ao olhar que passeia por tempos não tão presentes,
o pensamento brinca de advinhar o que foi/ é aquele lugar, aquelas construções desvirtuadas dos anseios primários de outrem.
O tempo - outra vez - resiste, as mãos congelam numa manhã de inverno, o olhar petrificado e analítico circula inquieto e enfastiado. O pensamento entorna. O olhar baila novamente e esbarra em flores habitantes de topos de árvores que conquistam um suspiro e uma entrega.
O relógio marca ora frenético, ora preguiçoso, (h)oras ociosas.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

!

Hoje registro outra vez que elas - as palavras - voltaram a me acometer desesperadamente, implorando por vasão, implorando por um socorro reflexivo e analítco.
Suspensão.
Diálogos interiores intolerantes sufocam essa partição de um eu teórico analisado à luz e à escuridão dos fatos mais improváveis e mais incontidos.
Pesa o turbilhão de sentidos que ironizam o falseamento de ideias impróprias, pensamentos só meus, conturbados e doloridos.
A inconstância nunca me deixou, por hoje, respiro o peso da neblina que me padece.
Dias, dias, dias.
Meu ar, intolerável. Acordo, outra vez, e pesa eufemisticamente.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O processo

Quando me leio, sinto um arrepio de vozes, vozes que não me pertencem, mas mesmo assim me atravessam, inconstantes e determinadas.


Adentro discretamente o ambiente mais inóspito e voraz e sinto os resquícios de pulsações descompassadas.
Olhos flamejantes, sorrisos desvirtuantes,  ares desconcertados por memórias incompartilháveis. Discretos soslaios invadem o espaço-tempo-lugar. A porta entreaberta, a brisa insinuante, o poder em evidência e a expressão intermitente e insuportável de interrogações que não tem fim, nem princípio, apenas processo, apenas continuidade de um não - sei - o - quê que dói não - sei - onde. Ecos distantes, remetendo a um tempo que já não me pertence, mas que me contorna e me retorna ao alerta do domínio indispensável das ideias flutuantes e inflamáveis. A respiração embrutece, o controle é evocado, os receios não dão tréguas. Porto-me conforme o esperado, pausadamente pondero opiniões, cito palavras que furtei inesperadamente em poços alheios e que me adono sem pudor, nem rubror. Nada mais natural, nada mais necessário e gracioso. Torno-me acessível, porque cai bem, volto ao princípio que antes negava, para compactuar com a intersecção das intersecções de conjuntos amenos e seguros.
Junte as peças, forme figuras e tire as conclusões que desejar.

Desista da terceira pessoa, ela só confunde e conturba mais.
Deixe estar.
Volto em breve.

terça-feira, 21 de junho de 2011

E só por hoje.

Não canse minha beleza com discursos sórdidos, rasos, monológicos.
Deixe as reticências falarem quando o que tiver que ser dito estiver no não-dito.

Diálogos interiores que decidem quem deve vir à superfície:
Partes de mim enfrentam-se, a discussão parida, partida, refratada.
Em mim, mil reticências, infinitos exclamatórios, desgaste lexical, sintático e semântico;
Desgaste ideológico do pior que há, discursos circulares, espiralados.

 . . .

Retomo as palavras, retomo a primeira pessoa e as implicações que acarretam as dimensões intra, inter, poli, multi da auto-semi-consciência.
.
Retorna o ar, o rubro fluído de vida circula outra vez, em estado de alerta.
Procuro sinais, investigo sentidos materializados em lugares diversos, dissonantes, imperfeitos, distraídos, impunes. Me diverte, me comove, o que por hoje basta!








segunda-feira, 13 de junho de 2011

So(´)licito

Não sinto o ar em meu peito. Movimentos leves, sutis, infantis. Frágil sapiência que condena tudo aquilo que não consegue perceber. Ah, se eu pudesse, apagava tudo de uma vez e recomeçava em outro canto, em outra estrofe, por outros tempos.
Perdida a graça, encontrado o desejo.
Não.
No não concentra-se todo o desejo, toda a vontade do que não se pode ter, não se pode ver, não se pode crer.
Afaste-se de mim mórbida necessidade de ruir em mim mesma,
afaste-se, enquanto ainda circula o velho líquido intravenoso.
Sons cotidianos, lugares incomuns, gestos inconstantes.
Tragam de volta o brilho, a simplicidade, a intensidade.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

. . .

Na estrutura sintática de um olhar que sussurra
na lógica impossível de uma teoria inexistente
na busca incessante do algo a dizer
Movimentos inquietos deturpam por dentro
enquanto o fora sorri sorridente
Insistentes perguntas invadem, misturam, provocam
palavras inseguras brotam de lugares perigosos
o antes já não mais existido, já não mais partilhado
Silêncio
Retoma-se, retorna-se
as perguntas voltam, revolvem o íntimo
o olhar não diz nada
A bagunça está feita
O ensurdecedor revoar das ideias
Desencontradas
A diversão já começou, vai mesmo ali, adiante.
Pra que dizer? Pra que ser dito?
Suspeitas, suspeitam de que pra sempre aprisionados
num imaginário infiel não tenham algo a dizer.
Palavras demais, sentidos de menos.
Desconforto.
Brisa outra vez,
Deixe estar, volto amanhã.































sábado, 4 de junho de 2011

.Até.

Até que não seja,
até que as paredes notem
E os odores aprisionem o pensamento
E o medo se vá e retorne quando quiser
Até que não haja sequência
e o dizer já não tenha importância
Até que a ideia se forme, se torne real e
transite pesadamente por entre os seres que
a incorporam.
Até!
"Paredes, contem o que quiser."
Daqui, dali, os sentidos se clamam, impróprios,
sedosos, incongruentes.
esgotados
Os olhos cansam, a voz carece
de um desejo implícito de se manter ausente
uma visão, mil sentidos.





domingo, 29 de maio de 2011

Ambos

Saber que não sabe
Ouvir que não há
ecos em silêncio
É noite, mas claro.
É proibido fumar.
Na luz, meio escuro.
Não há.
Finge-se o ser
o medo se esconde nos goles intermináveis,

intermitentes
de um não-sentido que se veste de algo que não é,
de algo que não crê.
Não se sabe, mas talvez, lá dentro, sinta, respire,
profundamente, num ir e vir de um acaso in/satisfeito.
Logo, não tão logo, perto e tão distante.

Na memória, um "é de batalhas que se vive a vida"
E segue a dor, o risco, o caos, o acaso,
a satisfação, outra vez
Ficamos na garrafa, enquanto há
o óbvio, o humano, o saber, o ópio, o sapiens.
Enquanto há.































quinta-feira, 26 de maio de 2011

Exaustos

Sempre tem uma palavra mal dita
um olhar esquisito
uma força mal posta
uma expressão deslocada
uma dor que ilimita
Sempre, uma alma que mente e transpassa inquieta,
em silêncio mortal
que arrasta as correntes do peso infame de ter que dizer e ter o dizer bem mal lido

entorpecidos,
todos desvarios de uma ideia ou de muitas que não valem uma, se calhar, nem meia
Discussões invalidadas por posturas medíocres e sarcásticos olhos,
olhares decentes demais, coerentes demais, suficientemente mente.

Exaustivos apelos, explicações curtas ou longas, (!!que diferença faz!!)
já está feito, fechado, inacabado mas inadmitido.
Exaustos. Seguros. Permissivos. Silenciados rumores, ironias mal ditas
Que diferença faz?

















domingo, 22 de maio de 2011

Pensam.

Murmúrios, falácias, palavras flutuantes, perdidas em espaços de negação,
de vácuo absoluto. Receio:
"- e se os pensamentos forem ouvidos?"
Pensamentos invadidos, excomungados, interceptados?
Receio. Perda do único lugar possível para uma espécie de liberdade,

Mundos desmoronantes, ânsias angustiadas, eróticas ideias, reflexões descontroladas,
violência imaginária, intolerância nua, crueldade em tempo real, doces e fugazes sensações renomeadas
a cada movimento ofegante de pulsação inspirante, contradições palpáveis e reais.
Espaço surreal, mundo que se dá nos infinitos sentidos e possibilidades (des)humanas.
Alívio, aconchegante sensação de poder ser esse ser mutável, paradoxal, não-linear, gritante no silêncio.
Um silêncio que se move por entre percepções aguçadas, estimuladas.

Enquanto isso, (sempre) lá fora, a naturalização do pensamento que proíbe, buscando a invasão e a anulação desses mundos possíveisque se cruzam e intercruzam no que é só, somente espaço, lugar dos desvarios
incandescentes, temores e tremores.

O receio volta, a consciência assume posturas sérias.
Olhares e sussurros: e se os pensamentos...



sábado, 14 de maio de 2011

Manifesto


A língua vive, apesar dos esforços canibalísticos, mumificantes dos senhores que gritam em suas redomas de sem sentido.
Estagnação perfeita. Abuso de poder. Totalitarismo explicitado em discursos repulsivos, ignorantes, putrefatos.
Persistência e negação do pulso e do sangue que corre nas veias e nos sistemas que contradizem e rompem com toda a falação cansada de um mecanismo de controle absurdo e absoluto. Capados. Dopados. Submetidos. Amedrontados.
Nas veias escorre, no corpo pulsa, das paredes acinzentadas brotam, das páginas envernizadas saltam...
A língua se move, respira, circula, pulsa e constrói lugares, sentidos, formas, mundos.
Escorre e irrompe
Floresce em meios impróprios à vida.
Cheira, se manifesta, renega a tinta que a nega, que a esconde, que deturpa sua presença intensa, pulsante, exalada,
mesmo que exilada.
Apontada nas ruas, corredores e “salas da justiça” como algo que envergonha. Desprezo:
- Pobres coitados depravam a língua, ensinam errado, aprendem o torto e riem satisfeitos com suas deliciosas ilusões.
A língua se revira, se levanta, respira e emana ora taciturna, ora escandalosamente vestida de nenhum pudor. O sistema ri, ironiza a lei e sussurra em seus pensamentos os mais desvairados passos seguintes, enlouquecedores.

A língua caminha, alheia. Ignora os grilhões da hipocrisia pública e se diverte com os escorregões clássicos e com a intimidade não assumida. Porque lá no fundo, é dela que eles gostam, é ela que eles usam. Na ausência de seus queridos e salvadores prompters, o desespero a torna real, viva, assustadora.
E ela ri e espera o pedido de socorro diante de um sujeito posposto.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Clausura

Abrindo mão de uma formalidade aguardada,
esperada,
negando o lugar oferecido,
constituído e submetido a ponto de
recomeçar a cada minuto, só
pela alegação de que "dessa vez, não"
"Não" ao que se espera, fuga labiríntica e
ineficaz.
Negação de poder autoconcedido. Falsidade Ideológica. Partida:

- Ao fundo, resquícios de vozes sufocadas.."sem que isso idiotize o outro"
Aqui, distante: momento de angústia, respirada, expirando e inspirando
dicotomias, sentidos intrigados. Repulsa.
Desejos alternados, um "não-lugar" que está aqui e está lá fora,
uma ânsia pelo calor dos raios que
nutrem  e satisfazem os sentidos;
Por outro lado, confronto com a ausência do espaço permitido,
com o desejo de esquecer a satisfação gratuita de um tempo que já não
pertence a esse ser.
Disputa interna, deslocada, relutante.
Nos corredores, olhares mórbidos e entrevados (caçando espaços),
deuses teoricizantes, estruturadores da estrutura, titãs do discurso zumbi,
aspirantes a uma "ciência" adoecida, enfraquecida.
Uma satisfação de autopromoção, de um centrismo de um ego
em detrimento de
satisfações primárias, medíocres, desnecessárias.

Paralisação, crença, progresso, risos.


Ironicamente, abandono (in)consciente.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Aqui.
Assim.
Tão perto, tão forte.
Pulsante.
Pulsante..
Pulsando.
De um lugar esquecido.
Sem propósitos aparentemente convincentes.

Pulsando.

Latejando ofegante, perdido.
Palpites:
o novo, o outro, o não, o nada,
Protegido por palavras que escorrem, que implodem, que se escondem nos vãos.
No interior, no "chamem como quiser"
ânsia de um corpo que silencia, que espera enquanto age,
latejante, implosivo, desnorteado.
Bate, soa e ressoa.
Inaudível.
Aqui.
Assim.
Tão perto.
Tão forte, pulsando.

sábado, 30 de abril de 2011


Em branco.
Em branco e com uma linha vertical que pisca.
Surge e ressurge naquele espaço em branco.
Espaço que está à espera de algo.
Um algo que não chega e não vai embora, porque está.
Uma forma caótica de estar.
Tudo e nada em contato absurdo.
Esquecimento
esvanecido
Nada bom o suficiente pra encontrar esse espaço.
Nada convincente a ponto de deslocar a linha vertical piscante para a linha horizontal posterior.
Movimento em lenta ação.
Seria mais simples preencher esses espaços com pontiagudos detalhes sórdidos.
Mas isso, seria antes, antes da dose letal de espaços preenchidos.
Preenchidos, contornados infinitamente por uma vontade de preencher o "em branco",
o interrogativo olhar de quem se pergunta pela primeira vez e não cede mais.
Doses letais prometem a inquietação eterna de uma memória sem descanso.
Aqui, ainda ofusca, lentamente, incessante.
Comprometido com esses espaços ansiosos, ociosos.

domingo, 24 de abril de 2011

A-nexo

Engajada em uma árdua atividade de desprendimento. Perdendo sentidos, buscando leituras, chegando a um limite meu que precisa ser ultrapassado. A busca nem sempre conduz a algum lugar. Os lugares não são tão seguros, movem-se ligeiramente por entre os espaços invisíveis das esferas sociais, culturais. Quando se vê, já não "está", já não "é". Esgotam-se as possibilidades, a superfície esconde, o "fundo" não chega nunca, a busca é inesgostável, galáctica. As lacunas dissolvem-se e reconstroem-se à medida que os questionamentos surgem. E eles não cessam. Como poderia ser se cessassem?

Não. Já não há volta pras implicaturas e pressuposições.

domingo, 17 de abril de 2011

Nada.
Outra vez, ausente. Melhor que seja assim. Talvez. Bem ao certo, nunca se sabe.
Amanhã, pode ser.
Mesmo assim é melhor "não" e "sim", assim mesmo, ao mesmo tempo; afinal definir, é excluir, retirar possibilidades.
É.
Ocupe momentaneamente os espaços, mas não se fixe. Permita-se o olhar "prismado", "prismático" talvez. Permeie-se de vontades,
de leituras impossíveis,
de lugares inexplicáveis e
jogue a culpa pro depois, pro incerto, pro improvável.
Nada disso é inofensivo. Negar faz parte do jogo.
Jogo que não cessa e não espera.
E, amanhã: nada, outra vez.





Daqui, outra vez, diálogos intrassubjetivos sufocados. Nada além disso, talvez.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Es-cre-ver

Escrever não pertence a esse mundo. Sinto uma ausência, um estranhamento de uma não-possibilidade com o escrever. Abismos cegos, transtornos sólidos, um abismo profundo.
Só deveria voltar quando estivesse atravessada por leituras acrescentantes, mas insisto em seguir essa corrente que permite dizer, que permite inventar e delirar escritas. Outra vez, o abismo interno, intenso.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Do lado de lá.

Verdes amarelados, acinzentadas estruturas. Algo se perde. Aqui dentro  uma confusão de flutuantes pedacinhos de sentido. Pequenas lembranças que chegam de um tempo, de uma vida vista através de parcelas de uma liberdade não-dita. Janelas, minúsculas gotas de um orvalho, pequeninas formas de ver para além do que acontece agora,- nesse instante que não é mais esse, mas que voltará a ser, em breve- conduzindo diversos "alguéns" a outros lugares, outras leituras, outras percepções. Fuga momentânea e insana de uma paisagem limitada e limitante. Permissão dada sem que se permita. Os olhos observam, o corpo vive, mas a imaginação destoa desse quadro, procura outros espaços, infere sentidos, recria realidades, reinventa possibilidades em mundos paralelos. Uma fugacidade intencional, necessária e existencial.

E, de volta, ao fundo, vozes seguras e olhares imaginativos. Voltou a ser, mas as partículas ainda estão lá, esvoaçantes por entre ideiais, sussurros.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Distante.
Olhos adiante. Olhar  bem distante. Nada. Borrões sinceros. Sentidos perdidos, uma forma/função que nunca esteve lá, a não ser nas obrigações alheias e impostas, incutidas ao ser. Ser que pensou ser, que pensou ter sido. Um ser que já não é e se um dia o foi, assim não ocorreu por dentro, mas apenas por fora. Paciência, quanta paciência.

Imaginativo, daqui deveria dar pra ver isso tudo que foi/é/deveria ser. Mas não, o corpo não conta, não diz o que vai escondido e, de repente, depois de um ruído, de um estrondo, um silêncio. Ausência que dói e rumina até o fundo e que conduz ao incompreensível, ao indizível de uma paz que não existe, que está lá mesmo depois do silêncio ardiloso e profundo da noite e do dia. As possibilidades se entornam e retornam, a cabeça vai e volta, as perguntas chegam, os questionamentos enfrentam o abismo que ficou. Ecos de um nada, do pó, do fundo, do fim, do poço, do alto, da queda, de um olho, de um nada. Adiante.

quarta-feira, 30 de março de 2011

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E tem dias que parece que a gente se prende, que a gente se perde até não saber exatamente se já foi ou se está indo. Não sei bem o quanto vale, o quanto importa. Mas daqui ainda vejo, ainda ouço. De um distante tão aqui, ou tão ali que ainda emanam os acordes, ainda ecoam os aromas . Importa ser, importa a parte e que foi e ainda é. Se faz diferença? Não, não deve fazer.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Um eu/nós.


Cada dia que passa, fico mais apreensiva com essa dificuldade de lidarmos com o “outro”; com essa vontade insana de ignorarmos tudo que possa existir para além das nossas próprias compreensões de um “eu”. Bakhtin, um filósofo preocupado com essas questões de mundo e extramundo, escreveu sobre o outro, sobre o quanto nos tornamos nós em relação às nossas vivências e “embates” com os outros. No entanto, tudo isso parece estar esquecido, ignorado e, mesmo tendo consciência de que não existimos fora dessa lógica do “sou eu, porque não sou o outro” e sendo eu, assim sou a partir de uma longa rede de relações e construções; retomo, mesmo tendo consciência dessa sutil constatação, ainda assim trazemos entranhada uma necessidade de apontar, de negar, de excluir do círculo de interesses. Parece não importar o que nos tornamos, ou como nos tornamos. E isso, surge mascarado ou escancarado nas opiniões, construções discursivas, modos de agir, modos de tornar uma verdade, verdadeira, para um “eu” ou para um grupo de “eus”.
Distanciamento...
Mais uma vez: crenças, percepções, teorias, perspectivas ideologicamente construídas e tomadas como a melhor forma de pensar e agir (do eu/nós). Fico apreensiva. A lógica da negação do “outro” instituída nos recruta. Fico apreensiva. Um abismo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

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minto
omito
um mito
fico

Assim mesmo, em primeira pessoa, voltada para um "eu", voltada para um dentro e para um fora.
Dizendo e desdizendo, pensando viciosa e viciantemente. Teoria. Percepções. Crença. Tudo se confunde, mito.


E bem chega um momento que parece que as palavras vêm de uma vez, turbilhão, sentidos, ressignificação. Silêncio! e o turbilhão outra vez, aqui dentro.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

inquietações, outra vez.

Inquieto e inquietante. às vezes, o coração, o pensamento ou seja lá como você queria chamar aquela vozinha incessante que fica pulsando, inquietante, inquietada em algum lugar do (in)consciente, precisa de um tempo, precisa de uma "renovação". Dizer por dizer, por vezes, torna a coisa toda um tanto sem ares, sem vida, sem pulso.. mas que pulso?
Um turbilhão de coisas me vêm a mente, pensei em falar sobre o tempo, sobre a política, sobre a falta de assunto, mas esse último anda em foco demais, por isso, me atenho às inquietações do pensar, do dizer e do como tornar inteligível esse dizer e por quais meios. Penso, penso e penso. Que gênero será esse? Sobre o que escrever? E lá me vem mil teóricos com suas respeitáveis teorias. Sim, eu sei do que estão querendo falar, eu sei por onde querem nos levar. E penso, repenso. Não é pra se chegar a conclusões, dialogamos, trocamos leituras, observamos perspectivamente, tentando ver um ângulo ainda não dito, ainda não visto, em vão. Penso de novo e é disso que gosto, pensar que se pode pensar e que esse pensar não está fechado, não vem pronto, não acaba quando termina - como dizem alguns desses senhores da teoria mais teórica e bem posta. Sim, sim, nós que não estamos prontos, nós que podemos ver tanto e tão pouco ao mesmo tempo. Pontos de vista, embates teóricos, argumentação, linguagem, expressão. Leituras. E por fim, um dizer que só é possível, só se faz tangível quando significa para alguém que o relê, que o questiona e que lança seu olhar e suas hipóteses, "respeitáveis" ou não, ainda sim, um intento. Leituras sim, possibilidades, multiculturas, "polileituras" em micros ou macro culturas.

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