sábado, 30 de abril de 2011


Em branco.
Em branco e com uma linha vertical que pisca.
Surge e ressurge naquele espaço em branco.
Espaço que está à espera de algo.
Um algo que não chega e não vai embora, porque está.
Uma forma caótica de estar.
Tudo e nada em contato absurdo.
Esquecimento
esvanecido
Nada bom o suficiente pra encontrar esse espaço.
Nada convincente a ponto de deslocar a linha vertical piscante para a linha horizontal posterior.
Movimento em lenta ação.
Seria mais simples preencher esses espaços com pontiagudos detalhes sórdidos.
Mas isso, seria antes, antes da dose letal de espaços preenchidos.
Preenchidos, contornados infinitamente por uma vontade de preencher o "em branco",
o interrogativo olhar de quem se pergunta pela primeira vez e não cede mais.
Doses letais prometem a inquietação eterna de uma memória sem descanso.
Aqui, ainda ofusca, lentamente, incessante.
Comprometido com esses espaços ansiosos, ociosos.

Um comentário: