sexta-feira, 8 de abril de 2011

Do lado de lá.

Verdes amarelados, acinzentadas estruturas. Algo se perde. Aqui dentro  uma confusão de flutuantes pedacinhos de sentido. Pequenas lembranças que chegam de um tempo, de uma vida vista através de parcelas de uma liberdade não-dita. Janelas, minúsculas gotas de um orvalho, pequeninas formas de ver para além do que acontece agora,- nesse instante que não é mais esse, mas que voltará a ser, em breve- conduzindo diversos "alguéns" a outros lugares, outras leituras, outras percepções. Fuga momentânea e insana de uma paisagem limitada e limitante. Permissão dada sem que se permita. Os olhos observam, o corpo vive, mas a imaginação destoa desse quadro, procura outros espaços, infere sentidos, recria realidades, reinventa possibilidades em mundos paralelos. Uma fugacidade intencional, necessária e existencial.

E, de volta, ao fundo, vozes seguras e olhares imaginativos. Voltou a ser, mas as partículas ainda estão lá, esvoaçantes por entre ideiais, sussurros.

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