quinta-feira, 22 de março de 2012

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  • E se doer, não doesse?
  • E se doer por não doer doesse pelo menos de outro modo?
  • e se os ardores se justificassem?
  • se ardessem de uma vez e pronto?
  • Era tudo passageiro
  • tudo de uma só vez
  • sem demoras, sem promessas, sem rodeios
    Mas, não. Assim, não.
    ...
    ...
    1+1+1+1+1+1
    e já
  • me derreto em consciências que nem sei
  • me questiono
  • me doloro
  • me desdobro
  • me agarro em resquícios de um olhar que nem sei se tenho
  • me remeto a mundos
  • me posiciono diante de espelhos e minuciosamente analiso
  • vejo contornos, vejo ruídos
  • e vejo espaços
  • espaços que o tempo mudou
  • brincou de dar formas variadas
  • brincou de severamente distanciar
  • de pôr no esquecimento, no meio do abismo
  • E se doer causasse alívio?
  • E se por meio de abraços nascessem estrelas?
  • e se as estrelas sussurrassem: "se dói, olha a dor e transmuta-a em saberes, em sabores e vai pelo mundo, sabendo que doestes porque doer é uma parte, é um pedaço de uma amarga xícara de um chá, de um x de questões, de olhares e mundos"
  • E se fosse apreensível? E se os xizes fossem outros?
  • E volto ao espelho e ele me implora: "Saboreie o saber que nasce, o olhar que adentra e que pede um lugar."

sábado, 10 de março de 2012

Intermitência


  • A intermitência da angústia que me engole e me distorce diante de meus espelhos ex- e interiores
  • o buraco gravitacional que me toca até a espinha
  • quantas lágrimas discretas me rolam e se acomodam no mais íntimo de mim
  • pulso em ânsia
  • Penso em constâncias pra ver se atenuo a ardência de alma
  • penso nas regularidades do espectro humano
  • penso na física
  • na quântica
  • na astrologia
  • penso na metrificada dor
  • e me verto
    E me esqueço.