sexta-feira, 18 de junho de 2010
Ficam as palavras.
Sexta-feira, 18 de junho de 2010. Um dia chuvoso, nada anormal nisso, afinal estamos quase no inverno. As atividades seguem, o mundo continua seu ritmo de sempre. No entanto, um "new tweet" mudou esse dia normal: "celinaluiza A literatura fica mais pobre... morreu, hoje, aos 87 anos, Jose Saramago...grande escritor português... #sadness" O que dizer depois dessas palavras que quando juntas constroem um sentido que não é fácil de se aceitar?
A vida e as palavras deste escritor foram diferentes: seu estilo violador de regras e sua postura crítica , as polêmicas em torno de suas (re)construções literárias, a ruptura e os questionamentos acerca de uma História com "aga" maiúsculo, a remontagem das visões dos fragmentos de mundo e de saberes, a exposição e o confrontamento do sujeito-leitor com textos que contestem a "Verdade".
É difícil saber que perdemos alguém como Saramago, mas as palavras ficam e afinal é o que podemos deixar registrado: palavras, palavras-pensadas-pensantes-pensáveis.
“aqui, onde o mar se acabou e a terra espera” (Trecho final de o Ano da Morte de Ricardo Reis.)
Trecho de texto postado no blog de Saramago:
“Falei de cultura. Porventura serei mais claro se falar de revolução cultural, embora saibamos que se trata de uma expressão desgastada, muitas vezes perdida em projectos que a desnaturaram, consumida em contradições, extraviada em aventuras que acabaram por servir interesses que lhe eram radicalmente contrários. No entanto, essas agitações nem sempre foram vãs. Abriram-se espaços, alargaram-se horizontes, ainda que me pareça que já é mais do que tempo de compreender e proclamar que a única revolução realmente digna de tal nome seria a revolução da paz, aquela que transformaria o homem treinado para a guerra em homem educado para a paz porque pela paz haveria sido educado. Essa, sim, seria a grande revolução mental, e portanto cultural, da Humanidade. Esse seria, finalmente, o tão falado homem novo.” (postado em 07/05/09.)
http://caderno.josesaramago.org/category/o-caderno-de-saramago/page/2/
"Todo construir começa com o dançar de idéias" F. Nietzsche
"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais." Saramago
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E a cultura do mundo fica mais pobre...
ResponderExcluirBom post bê.