Enquanto lia outra memória, sentiu um arrepio profundo.
Uma fome de rodas, um desejo de palavras vivas, pulsantes.
Pensava em como seria bom se as palavras viessem mais do que os silêncios, do que os silenciamentos.
Depois ruminava: 'Não que os silêncios não fossem indispensáveis', mas causava espanto que eles se vestissem de silenciamentos e insistissem tanto em aparecer no lugar dos confrontos, dos dizeres de carne, osso e pulso.
Depois sussurrava temerosa: 'Não que não dizer não fosse poético',
mas é que dizer coloria as formas, musicava as letras, provocava o olfato, o ouvido, o olhar.
mas é que dizer coloria as formas, musicava as letras, provocava o olfato, o ouvido, o olhar.
Em seguida, tomava coragem: 'E quem sabe o tato e o ato não fossem convocados, nessa história, a experienciar os modos de mexer no mundo?'
E pensava: 'onde foram parar os dizeres de outros jeitos, os dizeres de outros lugares?'
De que nome seriam chamados? Com que propósitos seriam convocados ou esfumaçados?
Pensava.
Temia perder o jeito com os fazeres.
Pensava.
Temia perder o jeito com os fazeres.
Lia outra memória, enquanto havia enquanto.
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