quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Um pouco de água

Uma lágrima é como um pouco de óleo na máquina cansada
é um pulsar inquieto que lubrifica as entranhas, estremecendo-as
é um suspirar dos olhos castigados pelo esquecimento de um sertão.
Uma lágrima é chegada, é partida, é espera.
é timidez e é impulso
e é refúgio.


Decidida como a noite, ela escorre como o céu em fim de tarde e brilha na ponta do queixo, encontrando a pele suavemente e se atirando abismo abaixo.
A expectativa de abraçar o mundo motiva o impulso derradeiro e lá vem o mergulho, outra lágrima encontra o infinito.



*Iluminura de Martha Barros

Um comentário:

  1. E é num barriu de lágrimas que eu me banho.

    Quanta saudade sentirei da sua escrita...

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