quarta-feira, 2 de maio de 2012

Na brisa uma imaginação, um refúgio encantado de uma solução horizontal.
Um abrir de olhares, um desabrochar de orvalhados sentidos.
Um teletransporte, uma viagem espectral por mil galáxias que se entornam em ideias de leites derramados.
Um sabor de encontro com o antes, com o agora e com o depois.
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De antes, a lembrança do doce raspar de tachos, das ventanias dos cabelos nas corridas disparadas até o topo das moradias arbóreas, das divertidas confusões com as palavras, com os nomes, com os gostos e com as coisas, a lembrança dos poemas de amor, das fábulas inventadas com nomes vários, das coreografias ensaiadas com os passos em falso, das amizades eternas, das cartas de amor, dos códigos secretos, dos tesouros de futuros olhares embevecidos para o passado... das rodas, do escuro, dos medos, dos voos.
De agora, o momento, o compromisso, a responsável imagem do vislumbre. A fragrância entranhada na pele, nos olhos, nos lábios, nas construções de um agora que anseia, que se propõe a riscar nas superfícies planas e íngremes os ensejos, que se expõe por vezes timidamente e por outras inconsequente, voraz, espectador das expectativas, das análises de outrora e dos planejamentos de sabores dispersos num horizonte, numa janela de vidro, numa imensa bolha-bola de sabão que atravessa os espaços e os tempos e as histórias.
Chega o depois, que já outra vez agora. Viagem submersa que irrompe as barreiras das peles adormecidas e já esquecidas do doce, do sobressalto, do ventaniar nos olhos e de soprar o mundo e de correr em círculos com os braços abertos e o coração em pulsos descompassados, desritmados, sorri-ar-dentes.
O encontro e o gosto da natureza delicada dos seus versos.

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