domingo, 29 de agosto de 2010
140 caracteres
Escrever é minha necessidade. 140 caracteres é pouco, mas parece ser o tempo que se tem disponível para compartilhar alguns momentos com um "outro" qualquer. Enunciados com mais do que algumas palavras já não fazem grande "sucesso". E isso é quase um fenômeno da "preguiça". Não adianta, não há tempo para isso ou aquilo. Tudo é rápido demais, então seja claro e objetivo. "Ok", você pensa: 140 e nada mais. No começo parece quase impossível, transmitir ideias, pensamentos, reflexões em tão curto espaço, mas depois você adapta-se e sai alguma coisa ou outra; não se diz necessariamente aquilo que gostaria, mas esse é o espaço: reinvente-o, diga de formas interessantes e talvez algum sentido será construído.
Das epopeias para o romance, dos romances para os contos, dos contos para as crônicas e das crônicas para alguma espécie de "silogismo". A impessoalidade, a velocidade. Não há como negar: "a crise da representação" não sabe mais para onde vamos.
140 caracteres: "um tempo sem tempo e sem lugar, um tempo sem memória, perdido e encontrado, uma colisão de pedaços de almas e de 'saberes'."
Por Suzi Mossmann
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