quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Um pouco de água

Uma lágrima é como um pouco de óleo na máquina cansada
é um pulsar inquieto que lubrifica as entranhas, estremecendo-as
é um suspirar dos olhos castigados pelo esquecimento de um sertão.
Uma lágrima é chegada, é partida, é espera.
é timidez e é impulso
e é refúgio.


Decidida como a noite, ela escorre como o céu em fim de tarde e brilha na ponta do queixo, encontrando a pele suavemente e se atirando abismo abaixo.
A expectativa de abraçar o mundo motiva o impulso derradeiro e lá vem o mergulho, outra lágrima encontra o infinito.



*Iluminura de Martha Barros

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

As palavras acreditavam que possuíam asas
As palavras acreditavam que podiam dançar no espaço entre o sol e a lua.
Tímidas, elas sonhavam que coloriam as memórias e que disfarçavam as olheiras do tempo.