domingo, 26 de agosto de 2012

memórias enlatadas

Uma ausência intranquila no silêncio do jardim dos pomares aliceanos.
Uma reticência insistente e uma página em branco, insinuante e delatora.
Verso, anverso, lado a, lado b. Segue a trilha.
Discreta sensação de ar fresco e um vento emoldurado na sala.
A noite vista do 9º andar, a lua dedilhada em versos.
A gramatura do papel de parede do quarto e a textura de memória de sol, enfeitando o espaço do mundo todo.
Navegações ludibriosas em curvas de letras.
Um passeio a céu fechado.
Teto estelar de mil ideias cíclicas.
Delineamento da palavra "e-di-fi-ca-ção"
Mergulho de memória, reconstrução de sabores revistos no espelho.
Uma tarde vira noite e a noite vira história.
O céu imaginado de estrelas e bordado de nuvens roseadas, de um rosa acinzentado.
O dia ganha nome, ganha cor e vira tempo.
Nas molduras do meu vitral, um pouco de sal e tonalidades de gosto.
Fiz uma pintura de mente, criei um céu daquele jeito que a gente pensa que sabe, que a gente jura que vê quando ainda é de infância.
13 riscos, cinco voltas e umas cores.
Tinha som de gorjeio e suposições de criança.