quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Do que estamos falando? E pra quê?

Ao pensarmos em pós-modernismo, estamos nos referindo a um conjunto de tendências, paradigmas e teorias que compõem todo um cenário marcado pela ruptura e pelo redobramento, que assume a forma exterior de acontecimento. Quer dizer que, o pós-moderno coloca o sujeito exposto à dúvida, às interpretações e contestações da verdade única que nos é imposta desde o momento em que nascemos.
Essa verdade é colocada por Jacques Derrida como o (des)centramento da estrutura; segundo Derrida, o centro tem a função de organizar e orientar essa estrutura. No entanto, essa organização reduz e fecha as suas possibilidades enquanto pensamento de uma sociedade dita civilizada. Por outro lado, uma estrutura sem centro representa o impensável, as diversas versões de verdade, a multiplicidade de vozes em uma narrativa histórico e literária, sendo acima de tudo a perda das garantias, a perda da certeza imóvel e tranquilizadora de um centro fixo em um ponto de origem considerado a verdade absoluta e intocável.
A partir do momento em que se rompe  com os princípios de centralidade da estrutura, tem início um processo de repensar os sentidos, os lugares, a lei que comanda a ordenação do centro. E na ausência desse, segundo Derrida, tudo se torna discurso. Afinal, se não há centro como algo natural, o centro passa a ser função ao invés de lugar de origem ou princípio. Nas palavras de Derrida, “a ausência de significado transcendental amplia indefinidamente o campo e o jogo da significação.”
Em outras palavras, as narrativas passam a ser repensadas, os conceitos passam a ser revistos, a História passa a ser questionada e surgem dúvidas acerca da verdade, do discurso de unidade da nação.O que vem após esse momento de ruptura, que é fruto de uma época bastante violentada e vilentadora, são as multiplicidades de discursos, as outras vozes que contam a história sob outros pontos de vista.
Assunto "batido", eu sei. Mas pensar, às vezes, ajuda.